domingo, 29 de setembro de 2013

Há sempre o dia de Amanhã

A Avó diz que há sempre o dia de amanhã.
A Avó diz que há sempre um dia novo. Um dia de mudança.
Um dia.
A Avó diz que o amanhã é incerto. Que o amanhã é a mudança. Que o amanhã é o dia.
A Avó diz que o amanhã é o portal para a felicidade, a passagem para outra dimensão, outro mundo.
O amanhã é a tentativa de ter algo melhor.
O amanhã é a possibilidade de ter um novo sonho. De realizar um sonho. De sonhar.
O amanhã é a oportunidade de sorrir. De viver a vida. De distribuir sorrisos e olhares.
O amanhã é o conhecer novas pessoas. O reconquistar amizades antigas.
O amanhã é um conjunto de coisas.
De coisas novas. De outras coisas. De coisas boas. Que coisas más.
Há sempre o dia de amanhã, diz a Avó.
Há sempre a oportunidade de mudar.
Há sempre a oportunidade de continuar com o bom.
Um dia novo acaba por ser um novo começar. Acaba por ser como entrar numa nova realidade, criar uma nova personagem. Um dia novo é como uma nova aventura. Uma mistura de sentimentos.
É seguir em frente. É caminhar por caminhos não caminhados. Trilhar trilhos passados. Começar de novo. Continuar na mesma.
É dar um novo passo.
A Avó diz que há sempre o dia de amanhã.
Melhor ou pior. É amanhã. É outro dia.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "não faças uma tempestade num copo de água"

"Uma tempestade num copo de água", dizia a minha Avó.
Imagem em link
Uma tempestade. Um acumular de problemas. Uma discussão.
Um copo de água. Um exagero. 
Uma metáfora. 
A metáfora dos problemas, das reacções e das preocupações desnecessárias.
A Avó costuma dizer que não devemos exagerar. Que devemos pensar antes de agir. Que devemos ponderar.
A Avó costuma dizer que o negativo atrai o negativo e que o positivo atrai o positivo.
A Avó diz sempre para pensar no postivo, para falar no positivo, para viver para o positivo e com positividade.
A Avó diz que não devemos exagerar acerca dos problemas que temos. 
Diz que não devemos preocupar-nos sem razão, sem motivo.
Diz que não devemos reagir mal desnecessariamente.
A Avó diz que um copo de água pode dar lugar a muitas tempestades, pode causar um ciclone, provoca um terramoto.
A Avó diz que uma tempestade pode ocorrer com o céu azul e com o sol a raiar.
A Avó também diz que não devemos criar uma tempestade quando o o céu está azul e o sol está a raiar. 
A Avó diz ainda que não devemos dar o valor de um oceano a um mero copo de água. Querendo a Avó dizer que não devemos criar tempestades em copos de água.
Diz-me para reflectir. Para não exagerar. Para pensar em algo bom.
Diz-me que "depois da tempestade vem a bonança" e que por isso, tudo o que é mau vai passar. Que tudo vai ficar bem. Que o barco chegar a bom porto.
A Avó pensa positivo.
A Avó não faz tempestades em copos de água.
A Avó não faz tempestades. A Avó faz Sóis. 



terça-feira, 24 de setembro de 2013

A Avó R. e o Avô

Imagem em link
A Avó e o Avó.
Não há Avó sem Avô, mas também não há Avô sem Avó. 
A Avó é a sábia que nós já sabemos. 
A contadora de histórias.
A profissional de colo.
A cozinheira cinco estrelas.
A conselheira.
A casamenteira.
A conhecedora.
E o Avô? O Avô também é sabedor.
Também é um mestre do conhecimento, da vida, das coisas.
O Avô ensinou-me algumas coisas que a Avó me ensina, mas também algumas coisas diferentes.
O Avô ensinou-me a rir.
O Avô ensinou-me a não ter medo. O Avô disse-me que se eu visse os medos ele ai lá.
O Avô ensinou-me a levantar.
O Avô ensinou-me a ser prática. A ser corajosa. A ser grande.
O Avô ensinou-me a mudar uma lâmpada.
O Avô ensinou-me a não desistir.
O Avô fala-me a brincar. Ri-se, faz-me rir. Conta piadas, brinca com os outros, dá gargalhadas.
O Avô fala-me das coisas simples.
O Avô fala-me das suas aventuras.
O Avô não liga a ditados, a ditos. O Avô liga às suas vivências, ao que a vida lhe mostrou e lhe ensinou.
O Avô diz-me que sim e diz-me que não. O Avô não está com rodeios.
A Avó e o Avô. São todo. São especiais.

domingo, 22 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "Palavras, leva-as o vento"

"Palavras, leva-as o vento".
"Palavras", dizia a Avó. 
A Avó dizia que palavras são palavras. Que palavras dizem tudo. Que palavras dizem amor. Que palavras dizem carinho. Que palavras dizem ódio. Que palavras dizem.
A Avó dizia que palavras são palavras. Que palavras dizem tudo. Mas que as palavras passam.
As palavras podem correr e não voltar. As palavras vão.
A Avó diz que as palavras não bastam. Que as atitudes importam mais.
Imagem em link
A Avó diz que as palavras podem dizer tudo, mas que as atitudes dizem tudo. Que os gestos, o olhar, o amor que se demonstra, o que fazemos, diz o que queremos, o que queremos de alguém, o que sentimos.
A Avó já dizia que as palavras podem dizer muito.
Imagem em link
Porque se "para bom entendedor, meia palavra basta", como diz a Avó, não precisamos de dizer tudo para se entender o que queremos dizer.
Porque se "pela boca morre o peixe", dizia a Avó, temos de medir as palavras para não dizermos o que não devemos, para não dizermos algo que não nos comprometa ou não comprometa outros. 
Porque se falarmos sem pensar, podemos falar o que o cérebro não acha, o que o coração não sente e o que o corpo não quer.
A Avó já dizia que as palavras não ficam. Não param. Não permanecem.
A Avó já dizia que as palavras são menores que as acções, que as atitudes, que a personalidade.
A Avó já dizia que as palavras não mostram a alma.
"Palavras, leva-as o vento".
"Palavras", dizia a Avó. 
E Avó diz que ama os netos não com palavras. Não com poemas. Não com cantigas. 
A Avó diz que ama com atitudes. Cuida com gestos. Trata com carinhos. Apoia com abraços.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O que Avó me ensinou sobre a Idade

"Quero ser grande", dizia eu. "Quero crescer", dizia eu. "Quando for grande quero ser...", dizia eu.
"Tens muito tempo para crescer", dizia a Avó.
E, como sempre, a Avó tinha razão. Eu tinha e tenho muito tempo para crescer. Mas, quando somos mais novos sonhámos ser adultos, ter dinheiro, ter trabalho, mandar, deitar tarde.
Quando somos mais novos sonhamos ser "enfermeiras bailarinas", "motoqueiros" e muitas outras coisas. Sonhamos ter a vida das nossas barbies, ter filhos como os nossos nenucos, ter os músculos do action man, e a coragem do super-homem. Sonhamos.
E depois de todos esses sonhos, um dia acordamos e: Somos Adultos!
A Avó sempre me disse que ser adulto não era um mar de rosas, sempre me disse que com a idade vem a responsabilidade. Eu não queria acreditar.
Eu olhava as mulheres de salto alto e sonhava ser como elas. Eu olhava para os meus bonecos e imaginávamos sendo meus filhos, irmãos e adorava a ideia.
Eu imaginava que isso ser tudo maravilhoso. Óptimo. 
A Avó dizia que tinha muito tempo para ser "grande", para ter responsabilidades, para conduzir, para chegar tarde a casa. 
A Avó dizia que um dia queria voltar a ser criança. E era verdade. A Avó sabia e sabe sempre o que vem a seguir.
O sonho da vida adulta não era tão maravilhoso como pensava, tem muitas coisas boas, mas também tem um peso extra nas costas, responsabilidade e uma realidade não tão cor-de-rosa.
No entanto, a Avó diz que todas as idades são mágicas. Que tudo tem seu tempo. Que devemos aproveitar a juventude e não a deixar passar ao lado.
No entanto, a Avó continua a dizer que com a idade vemos as coisas de outra forma, e aprendemos a aproveitar mais as estrelas, o céu e o sol.
No entanto, a Avó diz que tal como andar era uma benção, o acne, as rugas, a dificuldade em andar também é. 
A Avó diz que crescer é sinal de vivência, de amizades ganhas e perdidas, de momentos maus e bons, de perdas, de ganhos, de amor, de ódio.
A Avó diz que crescer é conhecer, experimentar, viver.
A Avó ensinou-me que tudo tem seu tempo.
A Avó ensinou-me que cada idade é mágica.
A Avó ensinou-me a viver. E eu espero continuar a aprender.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Quando tudo tiver mal, pensa em algo bom

Já dizia a minha Avó: quando tudo tiver mal, pensa em algo bom.
Quando a vida não te der o que queres, respira fundo, arregaça as mangas e continua a lutar - diz a Avó.
A Avó diz que "depois da tempestade, vem a bonança". Que depois de tudo correr mal, de tudo desmoronar, as paredes se erguem outra vez. 
A Avó diz que o mundo nos dá aquilo que lhe damos e que quem é bom o bem terá.
Se a vida amargar, andar para trás, não sorrir para nós, devemos pensar em algo bom.
Se a sorte não estiver do nosso lado, não atingirmos os nossos objectivos, devemos pensar em algo bom.
Devemos sempre pensar em algo bom, repete a Avó.
Devemos pensar no que temos de bom na vida, na beleza do mundo, na natureza.
Devemos pensar que temos sempre alguém que nos Ama do fundo do coração que é a Avó.
Devemos pensar que tudo ficará bem. Que o céu continuará azul e o sol brilhará.
Devemos pensar e querer que tudo passe. Que a vida nos dê o que merecemos, o que queremos.
A Avó pensa em algo bom, quanto tu está mau. A Avó pensa nos netos, nas coisas boas da vida.
E eu quero pensar como a Avó. E quando penso nela sei que tudo ficará bem.
E quando penso nela sei que ela estará sempre para mim.
Quanto tudo tiver mal, vou pensar em algo bom!

Para ilustrar o texto deixo este poema:
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…"

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cantigas e Cantorias da Avó

Já dizia a minha Avó "quem canta seus males espanta". 
Cantar preenche a alma.
Cantar faz-nos sentir melhor. Anima.
A Avó cantava para mim quando era pequenina.
Cantava quando eu tinha dois palmos de comprimento. Cantava quando eu já tinha dois dentinhos. Cantava quando já podia com a mochila as costas. E canta se eu lhe pedir.
A Avó cantava-me cantigas de embalar. Por vezes só fazia "ó ó" ou "la la".
A Avó cantava-me cantigas para me ensinar. "A árvore da floresta a, e, i, o, u..." cantarolava toda contente.
A Avó cantava-me cantigas engraçadas. Cantava o "tiroliroliro", cantava "era uma vez um cu que não gostava de couves", cantava "o meu chapéu tem três bicos".
Cantava e cantarolava cantigas e canções para mim, para os netos, para todos, pela casa.
Cantarolava esperando que eu a acompanhasse. E cantávamos juntas. Eu enganava-me e a Avó corrigia. Eu fartava-me e Avó não se importava. A Avó fartava-se, mas repetia mais uma vez.
As nossas canções iam connosco pelos caminhos fora. O carro era o nosso palco de eleição. O rádio não bastava para as nossas cantigas e a alegria não ficava só no coração.
Nós cantávamos coordenadas e descoordenadas, desafinadas, alto e baixo.
Nós cantávamos alegrias, sonhos e fantasias.
Nós cantávamos pela diversão.
Nós cantávamos pelo sorriso.
Nós cantávamos para animar a vida.
E agora cantamos juntas outras canções, outras emoções, outras desafinações. E cantamos alegres até que a voz nos doa.

domingo, 15 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "quem não arrisca, não petisca"


A Avó diz que na vida devemos arriscar.
E a Avó arriscou toda a vida.
A Avó diz que devemos correr atrás do que sonhamos, que devemos ter vontade, que não devemos ficar sentados à espera de um dia melhor, que devemos dar tudo por tudo.
A Avó diz que para cumprimos os nossos sonhos devemos arriscar.
E a Avó sempre arriscou.
A Avó diz que a vida deve ser feita a lutar por algo melhor. Que a vida deve ser feita a correr ladeiras, a subir montanhas, a escalar o céu.
Que devemos ter sempre um papel na mão com os nossos sonhos, uma bússola para nos guiar e a mala feita para voar.
A Avó ajuda-me a arriscar. A Avó dá-me conselhos. A Avó dá-me o seu colo. A Avó diz que se não tentarmos nunca vamos saber como foi.
Mas, a Avó também me dizia sempre para "ter os pés assentes na terra". Também me diz para ter noção da realidade, para sentir a terra nos pés e não viver na lua.
Mas, a Avó ainda me diz que tudo na vida deve ser vivido com emoção, com paixão, com coração. Que limites nem no céu e que por isso devemos arriscar para conseguirmos o que mais desejamos.
A Avó diz-me para tentar. Para arriscar.
Diz-me que sabe que um dia vou "petiscar"

sábado, 14 de setembro de 2013

O que a Avó me ensinou sobre a Amizade

A Avó sempre me disse que os amigos são a família que podemos escolher. 
Sempre disse que os amigos são como irmãos, primos, tios. 
Sempre disse que a Amizade é uma das melhores coisas da vida.
A Avó disse-me que devemos sempre manter os amigos por perto. Mas, também me disse que a amizade não morre com as distâncias, com as noites sem sair, com os dias sem ver, com o tempo a passar.
A Amizade é como uma ligação para a vida. Como um laço que não quebra, um nó cego. Porque amizade verdadeira é para sempre. Fica até o coração não bater mais.
A Avó diz que "amigo verdadeiro vale mais que dinheiro". Diz que amizade não se compra. Diz a amizade se constrói. Diz que amizade é passar a vida a sorrir com alguém.
A Avó sempre disse que os amigos são aqueles que não esquecemos e que lembramos por coisas simples.
Amigos são confidentes, heróis, parentes.
Amigos são jantares, saídas, chegadas e partidas.
Amigos são quem nos ajuda por ajudar, quem nos dá por dar, quem ensina por ensina. Amigos são quem nos deixa contente com um simples olhar, amigos são quem nos ajuda a respirar.
Amigos são quando uma conversa dura toda a noite. Quando um telefonema dura horas.
E Avó sempre me disse que amigos são mais que pessoas de quem gostamos, são mais do que pessoas com quem passeamos, são mais do que pessoas com quem partilhamos momentos. 
Amigos são os companheiros que crescem connosco, nos vêem casar, ter filhos, ser velhinhos.
Amigos são o que a Avó chama de "companheiros para a vida".
A Avó e eu somos amigas. Divertimos-nos, partilhamos alegrias, fazemos confissões, falamos, discutimos, tomamos café.
A Avó e eu somos amigas. Companheiras para a vida.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "águas passadas não movem moinhos"

Imagem em link
A Avó gosta de falar sobre o passado, de me contar histórias antigas e de relembrar os "bons tempos" como ela diz. A Avó quer sempre que eu saiba o que se passava no "seu tempo" de juventude e aproveita para me contar. 
A Avó gosta de lembranças, memórias, cheiros e cores antigas. Dizendo que o que é passado, passado é e que não devemos viver pensando no que mudávamos, mas não devemos esquecê-lo.
"Águas passadas não movem moinhos" dizia a minha Avó. Dizia e diz que quando a água passa o moinho nada a fará voltar atrás, tal como o que é passado, passou.
A Avó diz o melhor do passado são as lições que ele nos diz. O que nos ensina. O que nos magoa. O que nos faz feliz. O melhor do passado é que nos lembra aquilo que não queremos ser e aquilo que realmente queremos.
O passado para a Avó não move o futuro. Apesar de o puder influenciar, o dia de amanhã é incerto e ninguém pode saber como vai ser.
A Avó diz-me que o "passado, passado está" e que por isso devemos olhar o presente e o futuro como uma prenda. Devemos louvar as oportunidades presentes e olhar para o futuro com esperança.
A Avó diz-me que os moinhos vivem da água que corre e da água que vai correr. A Avó diz-me que devo viver como um moinho: aproveitando o que me dá o presente e aguardando um futuro melhor.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Uma Avó grande e eu pequenina

Imagem em link
Quando eu era pequenina passava muito tempo com as minhas Avós, com uma em especial. E apesar de serem diferentes os seus ensinamentos, a sua bondade e o seu amor são comuns.
As Avós sempre gostaram de cuidar dos netos, tal como todas as outras que conheço.
Quando era pequenina passava muito tempo com as Avós e as peripécias que tivemos não têm fim.
A magia de ser criança e ter uma Avó a acompanhar o nosso crescimento é especial. Porque tudo o que fazemos com a Avó é especial. 
Uma das minhas Avó* conta-me os meus tempos de criança com ternura e com um brilho nos olhos. Conta-me os medos que tinha, as asneiras que fazia, as ideias, as brincadeiras.
Eu lembro-me de sorrir. Eu lembro-me de algumas brincadeiras que tinha enquanto a Avó regava o quintal. Eu lembro-me da Avó dizer para não andar ao sol. Eu lembro-me da Avó me deixar comer guloseimas. Eu lembro-me da Avó me mandar ir para a cama.
E não me esqueço do colo, da comida, das histórias e das cantorias.
Não me esqueço de a Avó me ralhar quando lhe arrancava as flores. Não me esqueço da Avó fazer de contas que comia os pratos de terra que preparava a brincar. Não me esqueço que a Avó se sentava a conversar comigo, contando coisas passadas, histórias engraçadas que a faziam rir até não conseguir falar, não me esqueço de me deitar com a Avó.
Não me esqueço dos bons momentos que passados e não me lembro de ter tido momentos maus. Porque os raspanetes e os castigos não era maus momentos, eram minutos de menos alegria.
A Avó continua a brincar comigo e eu a brincar com ela e a magia continua a mesma :)


*Este texto refere-se a momentos com uma das minhas Avós, posteriormente farei um post idênticos sobre os momentos com a outra Avó. Porque são Especiais :)

Imagem retirada de link

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "quem vê caras, não vê corações"

A Avó diz muitas vezes que "quem vê caras, não vê corações", tentando dizer-me que nem sempre conhecemos o "coração" de quem nos rodeia.
A Avó diz que nem sempre o que nos demonstram é o verdadeiro "ser", a verdadeira identidade, a verdadeira personalidade.
Imagem em link
A Avó diz que por vezes às verdadeiras intenções das pessoas não são as que elas demonstram.
"As aparências iludem", dizia-me e diz-me a Avó. Explicando-me que nem tudo é o que parece e que atrás de um sorriso pode estar uma lágrima, que atrás de um bem-querer pode estar um mal-querer, que atrás de um amigo pode estar um inimigo.
Desde pequenina que a Avó sempre me ensinou que devemos ter cautela e não confiar a 100%. 
Ensinou-me que ninguém é transparente e que, por vezes, não conseguimos ver a verdadeira essência das pessoas. Ensinou-me que não podemos confiar nas pessoas de um dia para o outro.
A Avó diz que já viu caras bonitas e corações feios, diz que nem tudo o que parece ser bom realmente é, diz que para ver a identidade das pessoas é preciso olhar com atenção.
A Avó diz que não devemos confiar no incerto, mas jogar pelo seguro.
Ela diz-me sempre que "quem vê caras, não vê corações". E eu confio na sua palavra. 
E eu posso não ver muitos corações. E até a Avó pode não ver muitos corações. 
Mas, eu já vi o dela e sei que é um coração bom, carregado de bem-querer, cheio de energia e de vontade, inundado de carinho e de bondade. E ela já viu o meu.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Comer em casa da Avó

Um dos maiores prazeres da vida é comer. E a Avó concorda. 
Uma das maiores satisfações é comer em casa da Avó.
As Avós têm, quase todas, a habilidade de ser grandes cozinheiras. 
A comida da Avó é de longe diferente da nossa, da comida dos restaurantes, dos amigos, etc. A comida da Avó parece que sai de um tacho de ouro. A comida Avó é uma comida especial.
O problema é que para a Avó é comida nunca é demais. Para Avó enquanto não se rapar o tacho não se deve parar de comer. 
Porque as Avós gostam de saber que apreciámos a refeição, portanto sair da casa da Avó depois de um almoço ou jantar especial é sair a "empanturrado".
Mas, o sabor da comida da Avó compensa tudo. 
A delícia da sua comida. A paixão posta no cozinhado. O sabor a casa. O cheiro que nos conquista à distância. É algo soberbo. Divinal.
E as receitas são mágicas. As receitas da Avó não sou receitas de livros, não são receitas da televisão, não são receitas das vizinhas ou das amigas, as receitas da Avó são da Avó.
A forma como a Avó cozinha jamais pode ser repetida. A Avó podia dar-nos a receita, dizer-nos passo a passo, até ajudar-nos a cozinhar, mas nunca ficava igual.
A Avó é cozinheira de excelência. As suas feijoadas, os seus cozidos, os seus assados e o seu bacalhau é impossível de copiar.
As Avós têm, quase todas, a habilidade de ser grandes cozinheiras. Porque, as Avós cozinham Amor, Carinho, Ternura, Conforto num só tacho. Porque, são cozinheiras de mão cheia.
As Avós cozinham. As Avós cozinham para nós. As Avós cozinham maravilhosamente. Porque, cozinham com Alma.

domingo, 8 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "quem não tem cão caça com gato"

A Avó já nasceu desenrascada. Sempre se surge algum entrave, lá vai ela tentar arranjar solução.
Se não tem algo que precisa, inventa. E acaba por conseguir o que quer.
Se surge algo menos bom, navega até chegar a bom porto.
A Avó está sempre dizendo que "quem não tem cão, caça com gato" e que tenho de ter sempre um plano B.
Diz que devo tirar partido daquilo que tenho. Que devo ter outras opções.
A Avó diz que se não tenho tinta para pintar o céu de azul, tenho de o pintar de outra cor.
Que se não tenho algo para dar, que tenho de dar o melhor de mim.
Que se não tenho um salto alto, que tenho de ter um alto salto.
Que se não tenho nada, que tenho de fazer tudo do nada.
A Avó diz que temos de dar valor ao que temos. A Avó valoriza o que tem.
A Avó diz que temos de aproveitar o melhor das nossas vidas. A Avó aproveita o que tem.
A Avó diz que temos sempre algo bom, mesmo que a tempestade demore a passar. E a Avó sabe o que tem de bom na nada.
Porque, a Avó já nasceu desenrascada. E, sempre que surge um entrave, ela tem uma solução.
Porque, a Avó se não tiver cão vai caçar com gato.
Porque, a Avó tem sempre um plano B.

Imagem em link

sábado, 7 de setembro de 2013

Ser Avó (no entender de uma neta)

Estou muito longe de ser Avó. De ter essa alegria.
Estou muito longe de chamar alguém neto. Mas sei o que é ser Avó.
Ser Avó é ser mãe a dobrar. Ser Avó é cuidar.
Ser Avó é estar sempre disponível. É querer bem.
É correr para ver o neto, é sorrir com o primeiro passo, é sentir que se tem um tesouro.
Ser Avó é ser sábio, é ter sempre uma palavra a dizer.
Imagem em link
É ter sempre algo para dar, sem esperar algo em troca.
Ser Avó é ser apaixonado. Ser Avó é dar Amor.
É ter rugas, é ter um abraço forte, um colo quentinho.
Ser Avó é dar os doces que os pais não deixam. É deixar ficar acordado mais tempo.
É ensinar provérbios, dar lições de vida.
Ser Avó também é ralhar. Ser Avó é transmitir sabedoria.
É dizer que estás magrinho. É fazer comida a mais.
Ser Avó é fazer doces. Ser Avó é cantar cantigas.
É contar histórias antigas. É falar com as vizinhas.
Ser Avó é aquecer os pés a lareira. Ser Avó é ser meiga.
É ser eterna.
Uma Avó dizia que ser Avó é ter a maior riqueza do mundo vinda da maior riqueza do mundo. Dizia que é o melhor presente da pessoa que mais Ama.
Avó significa ter um coração grande. 
Ter um espaço no coração para todos os netos. 
Ter a alma aberta. 
Ter Amor para dar e vender.

Ser Avó é ser especial. 
Ser especial para os netos.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "dos fracos não reza a história"

Imagem em link
A Avó dizia-me "tem cuidado para não caíres" e eu corria mais. 
A Avó dizia-me "cuidado que te aleijas" e eu continuava.
A Avó dizia-me "não metas aí a mão que está quente" e eu metia.
Quando caía, mandava-me levantar.
Quando me aleijava, dizia para não chorar.
Quando me queimava, deixava a água curar.
A Avó sabia que eu me ia aguentar. Sabia que tinha de aprender a errar. Sabia que não ia sempre estar ao pé de mim para me ajudar.
Sabia que tinha de ser forte!
Um dia, depois de cair ou tropeçar, a Avó limpou-me às lágrimas, pediu-me para prestar atenção e disse-me "dos fracos não reza a história".
"Dos fracos não reza a história...", contava. E eu lembrava-me dos Reis, dos príncipes, do Hércules e do Tarzan, dos fortes. Lembrava-me das Avós que sempre lutaram (e lutam), lembrava-me dos Avôs. 
Então percebi que Avó me estava a querer dizer que tinha de ser Forte.
Podia cair, mas tinha de me levantar. Podia cair, mas tinha de continuar a andar.
Podia aleijar-me, mas tinhas de limpar as lágrimas. Podia aleijar-me, mas tinha de me queixar em silêncio.
Podia tudo correr mal, mas tinha de continuar a correr. Podia tudo correr mal, mas tinha a luta.
Podia perder a batalhar, mas tinha de ganhar a guerra.
A Avó disse que os fortes também têm medo, que os fortes também choram, que os fortes também franqueiam.
A Avó acha que os fortes podem ter coração mole, que podem ter dificuldade em dizer que "não", mas que conseguem.
A Avó acha que os fortes conseguem mover montanhas, conseguem escalar arranha-céus, conseguem estar feridos e ter um sorriso no rosto.
Avó é sinal de se ser forte e as Avós são as mais fortes.
Espero um dia ter a Força de uma Avó, das minhas Avós.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

As histórias da Avó

"Era uma vez..." é o suficiente para despertar o imaginário infantil.
"Era uma vez, uma menina que ia visitar a sua Avó..." era uma das minhas preferidas.
A Avó contava-me a história do Capuchinho Vermelho e do Lobo Mau. A Avó ensinava-me que não devia falar com estranhos, ensinava-me ser obediente, ensinava-me a ser verdadeira.
"Era uma vez...", disse a Avó, e lá contava uma história que inventava na altura. Contava a história da sua neta, a minha história, contava-me que ia ter um príncipe, um castelo, um "felizes para sempre".
A Avó sentia que tinha de me dizer que tudo ia ficar bem, que ia ser feliz. Porque a Avó nunca duvidou disso, desde o primeiro minuto que me viu.
"Era uma vez, um gato maltês, que tocava piano e falava francês...", uma pequena rima que a Avó me ia dizendo, e que eu não conseguia perceber.
"Era uma vez, dois irmãos que estavam perdidos na floresta e encontraram uma casa de chocolate...", lá contava a Avó a história de Hansel e Gretel. Explicando-me que tinha de ter cuidado para onde quer que fosse, que não devia confiar nas aparências.
A Cigarra e a Formiga, era outra história que a Avó sabia. "Moral da história: não deves pensar só em divertir, tens de trabalhar e pensar no futuro", e eu com pena da Cigarra percebia a lição de moral.
A Avó sabia muitas fábulas. Sabia a da lebre e da tartaruga, a da raposa e da cegonha, a do lobo e do cordeiro.
Também sabia a história do Pedro e do Lobo. Contava-me, dizendo que nunca devia "brincar com coisas sérias", que não devia mentir.
A Avó ainda recitava histórias de princesas corajosas, de príncipes fortes, de paisagens bonitas e de animais que falavam.
Contava uma, duas, e três. Às vezes, contava porque lhe pedia, outras vezes para adormecer. Às vezes, corria para ela, querendo mais uma história, mais uma aventura. Às vezes, sentia medo dos mauzões, dos dragões. Às vezes, ria-me com as princesas, com os animais. Às vezes, sonha com a história, outras vezes tinha pesadelos.
E imaginava cada momento, cada pedaço de terra, cada pedra do castelo, cada flor da floresta. Imaginava o vestido da princesa, o cavalo do príncipe e a altura do dragão. Imaginava o cabelo doirado, a cauda do dragão e o bigode do vilão. Imaginava a doçura, a energia, a maldade.
Imaginava um mundo, o mundo, o meu mundo. Sonhava e Sentia. E o melhor de tudo é que aprendia.

Aprendia Imaginando.

Imagem em link

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O que a Avó me ensinou sobre "Viver a Vida"

Imagem em link
"Falar sem aspas, Amar sem interrogação, Sonhar com reticência, Viver e ponto final".
Viver a vida.
Viver a vida, é um dos principais ensinamentos que a Avó me deu, me dá.
A Avó ensinou-me que devemos "viver a vida como se amanhã fosse o nosso último dia".
Disse-me que devo abrir o coração, "falar sem aspas", dizer o que penso, meter os sentimentos num aglomerado de palavras. "Falar sem aspas" para que não fique nada por dizer.
As Avós acham que não devemos ter dúvidas, que devemos "amar sem interrogação". Amar o outro como se de nós fosse feito, Amar sem querer mais, Amar a Vida. Amar no sentido completo da palavra Amor, no sentido completo da vida, no sentido completo de um mais um ser um.
"Sonha", diz a Avó. "Sonha". Sonhar como se tudo dependesse do sonho, sonhar com toda a nossa alma, sonhar com tudo o que queremos. "Sonhar com reticência", não ficando deslumbrado com o futuro, mas guardando sempre um espaço para novos sonhos.
A Avó ensinou-me que a fórmula para se ser Feliz é "viver a vida como se amanhã fosse o nosso último dia". "Viver e ponto final". 
Viver sem aspas, sem interrogação, com reticências e sem pontos finais. Viver! .



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "deves entrar sempre com o pé direito"

Imagem em link
A minha Avó acredita que devemos fazer certas coisas de certas formas. Acredita que essas formas de fazer certas coisas nos vão dar sorte. 
Acredita que não devemos brincar com a sorte e por isso temos de fazer certas coisas de certas formas.
A Avó acredita que devemos entrar sempre com o pé direito num novo local, no começo de um novo ciclo, numa escola nova, numa entrevista, num trabalho. 
A Avó vai mais além do que a expressão "entrar com o pé direito" significa (entrar bem em algo), a Avó acredita que temos mesmo de entrar com o pé direito.
Entrar com o pé direito é atrair boa sorte, boas vibrações.
Entrar com o pé direito é ir de cabeça erguida, sorriso nos lábios e esperança num dia melhor.
Entrar com o pé direito é seguir o conheço da Avó.
Entrar com o pé direito é o que desejo para este novo mês: a mim, a Avó, a todos :)




domingo, 1 de setembro de 2013

Já dizia a minha Avó "às vezes temos de engolir sapos"

Imagem em link
"Engolir sapos" significa deixar coisas por dizer. Tolerar, calar, não responder.
"Engolir sapos" significa não ceder a provocações.
A Avó acha que às vezes mais vale deixar para lá. Mais vale esquecer. Mais vale calar.
A Avó diz "vozes de burro não chegam ao céu" e que por isso não vale a pena.
A Avó ensinou-me que por vezes a melhor palavra é o silêncio, que o melhor grito é aquele que não se ouve. Disse-me que às vezes a melhor forma é ignorar e deixar passar, porque "burro velho não aprende línguas". 
E muitas pessoas apenas se limitam a criticar e a falar sem saber. E para quem não quer ouvir não vale a pena falar.
"Engolir sapos" não é fácil. "Engolir sapos" dá azia. Mas, "engolir sapos" também pode ser sabedoria, tal como diz a minha Avó.


Sorrir de Orelha a Orelha

Sorrir.
Sorrir é o melhor da vida, já dizia a minha Avó.
A Avó diz-me, desde que sou pequenina, que devo sempre sorrir para a vida.
Diz-me que sorrir é sempre o melhor remédio. Diz-me e Sorri para mim.
Sorrir de Orelha a Orelha é um sorrir sentido, é sorrir com o coração, sorrir :) 
Imagem em link
O Sorriso é mais do que mostrar que se está feliz. O Sorriso é uma forma de encarar a Vida.
As Avós sorriem quando estão felizes, porque os netos as vão visitar. Quando estão tristes sem os ver. Quando estão alegres, quando estão bem, quando estão mal, quando a dor não as deixa dizer algo ou fazer algo. As Avós podem estar a chorar por dentro, mas têm sempre um sorriso para nós.
Sorrir.
Sorrir é o melhor da vida, disse-me a Avó.
Sorrir é a melhor forma de dizer "Amo-te", de dizer "Gosto de ti", de dizer "Tudo bem". O sorriso é a melhor maneira de mostrar o que sentimos, de agradecer a quem nos fez bem, a quem gostamos, a quem amamos.
Sorrir.
Sorrir é o melhor da vida, diz a minha a Avó.
Sorrir é uma regra de ouro, sorrir é ouro. Sorrir, pode mudar o mundo, pode tornar o cinzento em cor-de-rosa, uma nuvem negra num arco-íris; pode fazer laços, criar companheiros para a vida; pode mudar a brisa e soltar as borboletas do estômago.
Eu Sorrio para a Avó. A Avó sorri para mim. A Avó sorri para os outros netos.
A Avó pode não ter nada para dizer, para fazer, pode ser díficil pegar-nos ao colo, abraçar-nos, mas a Avó têm sempre um brilho nos olhos e um Sorriso no rosto.
Não se esqueçam de Sorrir :)