quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Avó diz "nem tudo é bom, nem tudo é mau"


Quando a Avó me começou a ensinar sobre o bem e o mal, disse-me que para acreditar que há sempre o

bem, o bom.
Contou-me histórias. Falou-me que devia seguir o bem, pelo menos tentar.
Disse-me que podia olhar o mundo vezes e vezes sem conta, mas sempre iria ver o bom e o meu.
O bom devia vê-lo e fazê-lo.
O mau devia vê-lo pelo lado bom.
Dizia a minha Avó que não me preocupasse com o mau que havia, com o mau que podia haver.
Dizia-me que por vezes o mau não é tão mau como pensamos.
Depois falava das serpentes. Fala-me que eram vistas como um animal mau. Um mau presságio. Um mau. Mas que eram animais como os outros e que a maldade não era maldade, era a natureza.
Depois falava das pessoas. Fala-me como a pessoas boas para nós. Pessoas que nos sorriem. E dizia-me que nem todas as boas pessoas eram pessoas boas.
Eu não percebia bem.
Eu não percebia o porquê do mau.
Eu não percebia o porquê de não ser tudo bom.
Eu pensava que as pessoas más, as coisas más não tinham nada de bom. Mas a Avó dizia-me que nem tudo era o que parecia.
Eu pensava que os maus acabavam mal.
Eu via nos desenhos animados.
Eu pensava que os bons ganhavam.
Eu pensava que os bons acabavam sempre por se safar, por sorrir, por conseguir.
Eu não queria ver o mau a vencer o bom. Porque eu simplesmente não acreditava.
E na minha inocência. Na minha mente. O bom era sempre o bom.
Na minha ideia.
Agora a Avó diz-me  que "nem tudo é bom, nem tudo é mau".
E eu sei disso.
Agora a Avó fala-me no mundo. No equilíbrio do bem e do mal.
E diz-me serenamente para seguir o bom.
E diz-me serenamente que acreditar no bom e no bem.
E diz-me serenamente para não ver o mau como um fim e o bem como só um começo.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Avó e as preocupações

A Avó preocupa-se.
É Avó.
Preocupa-se com pequenas coisas. Com grandes problemas. Com coisas só.
Preocupa-se.
Pensa na vida.
A minha Avó preocupa-se com o mundo, com o dia de amanhã, com o país, com a crise. 
Preocupa-se com as flores do jardim, com as ervas que invadem os passeios, com os gatos que passam por lá para comer.
A minha Avó preocupa-se com o tempo, o relógio, os dias que correm depressa.
Preocupa-se com as mudanças e com o que não muda, com o dia que continua igual, com o passar do calendário.
A minha Avó preocupa-se com as pessoas, com os amigos, com os vizinhos, com alguém.
Preocupa-se com aquele que gosta, com o que não desgosta, com o que não conhece.
A minha Avó preocupa-se com a família, com os netos.
Preocupa-se com o seu presente, o seu futuro, a sua sina.
A minha Avó preocupa-se comigo.
Preocupa-se com o que nunca me dirá, com o que me diz, com o que a vida me poderá trazer.
Preocupa-se.
Porque gosta.
Porque ama.
Porque quer cuidar.
Preocupa-se, porque é Avó.
E por isso, diz-me que "a vida não é um mar de rosas", dá-me conselhos.
E por isso, diz-me o que sabe e o que vai sabendo.
Conta-me pedaços de memórias.
Conta-me histórias.
Conta-me vidas.
Dá-me a mão e diz que está comigo.
Olha-me e aconselha-me.
Explica-me o que há de bom, o que há de mau.
Vê-me com o recém-nascido que pisa o mundo pela primeira vez.
E por isso a Avó preocupa-se.
E é a sua preocupação que a faz Avó.
Que a faz ser quem é. Que a faz ter pouco sono.
Porque a Avó não quer só o Bom para mim, para os netos. A Avó quer o Melhor.
E por isso tem as suas preocupações.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Já dizia a minha Avó "não há nada que caia do céu"

"Não há nada que caia do céu", diz a Avó. 
"O dinheiro não cai do céu", diz a Avó.
"As oportunidades não caem do céu", diz a Avó.
"Nada cai do céu", diz a Avó.
"Nada cai da chuva", diz a Avó.
E diz que quem quer "faz".
Quem quer tenta.
Quem quer luta.
A Avó diz-me sempre que temos de nos mexer.
A Avó diz-me sempre que nada nos vai aparecer do nada.
E que por isso temos sempre de tentar.
A Avó conta-me a história da sua vida.
Conta-me que sempre lutou.
Fala-me da infância de um lado para o outro. Das casas em que morou.
Dos amigos.
Da escola.
Das cidades. Das localidades.
Fala-me do tempo que estudou.
Dos colegas.
Dos bailes.
Dos bordados.
Fala-me do tempo que trabalhou.
Dos bons momentos.
Dos menos bons.
Da luta.
Da tentativa.
Da conquista.
Fala-me de tudo.
Conta-me que nunca nada lhe caiu "do céu".
Conta-me que sempre lutou. Sempre tentou. Sempre.
Conta-me que vai continuar sempre a lutar, a conquistar, a agir.
E diz-me para nunca me esquecer que "não há nada que caia do céu".
E eu tento.

sábado, 16 de novembro de 2013

"Quem quer encontra uma maneira", diz a Avó

Há sempre uma maneira. 
Há sempre uma forma.
Diz-me sempre a Avó.
"Quem quer encontra uma maneira", diz-me sabiamente.
Quem quer Amar. Quem Ama. 
Arranja sempre uma forma de demonstrar o seu Amor. Arranja sempre um tempo, um momento, um sorriso.
Quem quer fazer o Bem. Quem faz o Bem.
Arranja sempre uma formas de ajudar, de dar carinho, de dar a mão.
Quem quer preservar uma Amizade. Quem quer ser Amigo.
Arranja sempre um abraço apertado. Arranja sem tempo, ouve, aconselha.
Quem quer conquistar um objectivo. Arrisca. Tenta.
Arranja sempre uma forma. Tenta até conseguir.
Quem quer resolver um problema. Quem o resolve.
Arranja sempre uma solução. Uma forma.
Quem não quer. Quem não quer arranja sempre uma desculpa, dizia-me a Avó.
A Avó Ama. E por isso tem sempre tempo, arranja sempre um momento e um sorriso para os seus netos.
A Avó faz o Bem. E por isso ajuda o outro, ajuda-me.
A Avó quer preservar amizades. E por isso conversa com as amigas, tem um abraço, um conselho e um ouvido sempre pronto. E por isso, conversa comigo.
A Avó também resolve problemas. E por isso sabe ser forte, sabe.
Há sempre uma maneira, uma forma, uma resposta. Diz a Avó.
Não me deixando dar desculpas. Não me deixando dizer "é complicado".
Mas, dando-me esperanças, força, soluções e ideias.
A Avó sabe que quem quer consegue. Que quem Ama cuida. Quem gosta faz, tenta, conquista. Quem luta acaba por vencer.
A Avó sabe que quem tem força consegue. Que quem arrisca petisca. Quem chora sorri. Quem resiste não desiste.
"Quem quer encontra uma maneira", diz-me com olhos brilhantes, com esperança, com a Amor.
Diz-me com ar de Avó :)

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

E tudo acaba Bem


A Avó diz que tudo acaba bem. 
E que se não estiver tudo bem é porque ainda não acabou.
A Avó até é positiva.
Gosta de pensar que tudo fica bem.
Gosta de dizer que tudo acaba bem.
Gosta de me fazer acreditar que vou ter sorte, que vai tudo correr pelo melhor.
Às vezes, diz-me que a vida não é fácil, que tem altos e baixos, e às vezes mais baixos que altos.
Mas, depois dá-me esperança, dá-me força.
Dá-me mais força e mais esperança do que tem por vezes.
Acredita que para os seus netos, tudo ficará bem.
Acredita que para os seus netos, tudo se resolverá.
A Avó costumava ver filmes de desenhos animados comigo. Gostava de acompanhar a história. Ouvir as canções.
A Avó costumava dizer-me que o fim ia ser bom e que o bem ia vencer o mal. E mesmo quando os maus estavam a vencer dizia-me que tudo acabava bem.
A Avó acredita que o bom vence o mal.
Apesar das contrariedades da vida, dos dias menos bons, dos momentos complicados, a Avó diz que tudo ficará bem.
Porque o bem é vencedor.
Porque o bem é mais forte.
Porque o bem é a razão da natureza.
Porque o bem é a Avó.
E o que a Avó me diz. Os seus conselhos. O seu amor. A sua sabedoria.
E o que as Avós são para nós netos.
E o que a minha Avó é para mim :)

Os cafés com a Avó

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A Avó gosta de café médio. 
Gosta de por açúcar, mas houve tempos em que bebia o café sem nada, houve tempos em que usava adoçante.
A Avó gosta de cafés que demoram.
Gosta de conversar no café, comentar o momento, falar do dia-a-dia.
Nos nossos cafés tudo é conversa, tudo é alegria.
Falamos no café.
Olhamos as pessoas. E falamos mais um pouco.
Lemos o jornal ou revista que estiver ao lado. E falamos sobre isso.
Contamos o que vamos fazer a seguir.
Contamos o que já fizemos.
Falamos nos aniversários, nas festas, nos dias importantes.
E também discutimos política.
Pensamos sobre a economia.
Ou sobre a religião.
Falamos sobre onde precisamos de ir.
Falamos sobre a família.
E também olhamos à volta.
Vemos a chuva e discutimos o estado do tempo.
Vemos o sol e comentamos o dia agradável que está. 
Colocamos o açúcar.
Mexemos o café.
Falamos.
Aquecemos as maõs.
A Avó toma o café. E eu espero que arrefeça.
E depois continuamos na conversa.
Às vezes temos pressa e vamos logo embora, mas a Avó não gosta.
A Avó gosta  dos cafés que levam a conversas animadas, a conversas sérias, a momentos bons, a risos e a segredos.
A Avó gosta de conviver.
A Avó gosta de ser minha amiga.
E os nossos cafés são cafés de amigas. Em que tudo falamos.
Em que o tempo parece não passar, mas voa.
Os cafés com a Avó são mais que cafés são poesia.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Já dizia a minha Avó "grão a grão enche a galinha o papo"

"Grão a grão enche a galinha o papo", diz a minha Avó. 
A Avó acredita que aos poucos conseguimos.
Que aos poucos conseguimos conquistar o que mais desejamos.
Que aos poucos conseguimos muito.
A Avó acredita que aos poucos e poucos nos podemos tornar grandes.
Que podemos ser melhores.
Que podemos ser boas pessoas.
A Avó acredita que "devagar se vai ao longe".
Que com calma atingimos o desejado.
Que tudo se consegue.
A Avó acredita que devemos poupar.
Que devemos poupar para ter uma vida melhor.
Que devemos poupar nos sentimentos maus e aproveitar os bons.
A Avó acredita que aos poucos podemos atingir os nossos objectivos.
Que tal como a galinha podemos "encher o papo".
Que basta acreditar, tentar e fazer aos poucos.
A Avó conta-me que a galinha é perseverante e paciente.
A Avó diz que a galinha enche o papo pouco a pouco, mas que aos poucos consegue o que deseja.
A Avó diz que qualquer um pode ser como a galinha. Que qualquer um de nós pode alcançar o que pretende aos poucos e poucos.
A minha Avó diz-me que devo ter perseverança e não desistir.
A minha Avó ensinou-me a conquistar o que desejo aos poucos.
E diz-me que "grão a grão" irei conseguir.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Já dizia a minha Avó "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje"

Sempre ouvi a Avó dizer para não deixar para amanhã o que posso fazer hoje.
Sempre a ouvir dizer que devemos fazer as coisas no momento.
Sempre a ouvir dizer que não devemos adiar o que temos para fazer, as decisões, os momentos.
A Avó conta-me que devo sempre tentar fazer o mais que puder.
Devo aproveitar os momentos, o agora, o actual.
Amanhã, diz-me a Avó, pode ser tarde de mais.
Pode ser tarde de mais para dizer "Amo-te".
Pode já não dar para dar um beijo, um abraço, um carinho.
Pode ser tarde de mais para dizer "Adeus", fazer uma despedida, dar um "Até já".
Amanhã, posso já não ir a tempo, diz a Avó.
Amanhã, pode ser tarde de mais, pode ser o nunca, pode ser o incansável, pode ser o passado.
Porque o futuro é sempre incerto, os momentos que vêm podem não ser o que queríamos.
Porque o futuro é sempre futuro.
Por isso, a minha Avó aconselha-me sempre a viver o hoje "como se não houvesse amanhã".
A viver o momento.
A dizer as palavras que nunca disse.
A fazer o que desejo.
A tentar.
A perder o medo.
A amar.
A abraçar.
A perdoar.
A sonhar.
A fazer hoje o que posso fazer hoje.
A Avó diz que sempre tentou fazer isso e tenta todos os dias.
A Avó diz para eu fazer isso e eu tento.
A Avó diz-me sempre "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje".

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O coração da Avó

O coração da Avó é do tamanho do mundo. 
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Os corações de todas as Avós, afinal ser Avó é ter coração grande.
Coração grande o suficiente para constituir, criar, ajudar, manter uma família.
Coração grande para amar de geração em geração.
Se ser Avó é sem mãe duas vezes, o coração das Avó são sempre o dobro.
A Avó tem um coração bom, às vezes até bom de mais.
A Avó tem o coração tão grande que não resiste a alguém que lhe pede ajuda.
A Avó gosta de ajudar, gosta de ser solidária, gosta de dar.
Dá-mos, a nós netos, mais do que Amor, Carinho, mais do que qualquer bem material possível e imaginário, dá-nos Sabedoria.
E a Sabedoria ajuda-nos em tudo na vida. Essa cultura das gentes, do povo, o senso-comum, os ditados, os conselhos que passam de geração em geração, as dicas, os dizeres.
A Avó realmente dá-nos o mundo a conhecer. Mas não nos deixa ir de olhos vendados, diz-nos o que é lutar, o que é viver, o que é errar, o que podemos fazer.
E o melhor do Coração da Avó, de Avó é que sabe perdoar, sabe ter orgulho imenso, sabe Amar com A grande, com A de Amor.
Esse coração, que um dia espero ter, tem espaço para todos, bons e menos bons, azarados e sortudos, tristes e contentes, grandes e pequenos.
Esse coração de Avó tem sempre lugar para mais um. Para mais um neto, um sobrinho, um amigo, um amigo de um neto.
Esse coração de Avó tem sempre sentimentos bons. Tem sempre alegria para dar aos netos, mesmo que a Avó não esteja nos seus melhores dias.
O coração de Avó é lindo. É enorme.
O coração das minhas Avós são dos melhores que já vi. São corações Especiais :)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Já dizia a minha Avó "o que não nos mata, torna-nos mais fortes"

Quando Avó me disse "tens de ser forte" eu devia ser muito pequenina.
Não me lembro.
Mas, sei que a Avó me disse isso desde que chorei pela primeira vez.
Sei, porque é o pensamento dela.
É a sua forma de viver, a sua filosofia, a sua razão.
Foi assim que a Avó me educou. É assim que a Avó me educa.
A Avó sempre foi de dar conselhos e contar ditados. E de todos os que já ouvi, já aprendi, já adquiri para mim, este conselho é o que mais me ensina da vida.
Este conselho é uma lição de vida.
Até podemos acreditar que não conseguimos, chorar, tremer e cair.
Até podemos não querer mais e desistir.
Mas, não são os bons momentos que nos fortalecem, não é a facilidade, não é ter "de mão beijada".
O que nos fortalece é a dificuldade, a conquista, o problema.
O que nos fortalece é a luta constante da vida, a batalha do dia-a-dia, a guerra do desejo e a vontade do sonho.
O que nos fortalece são os objectivos e as atrocidades.
A vida, essa, torna-nos forte quando é vivida e sentida de forma intensa.
Porque mesmo que o vento destrua as árvores, elas voltam a crescer. Mesmo que as flores murchem, as sementes continuam lá. Mesmo que o Sol esteja escondido, está connosco.
A Avó, tal como todas as Avós, são fortes. Viveram intensamente, enfrentar medos, desafios, quase desistiram, mas resistiram.
A Avó não se esquece do que gostava que eu não me esquecesse, que é ser forte.
A Avó não fica sem forças.
E sobretudo, acredita que em todos nós a um ser mais forte daquilo que pensamos.
Acredita que "o que não nos mata, torna-nos mais fortes".

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Já dizia a minha Avó "tristezas não pagam dívidas"

Avó diz que a tristeza nunca levou a lado nenhum. 
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A tristeza não leva a nada.
A tristeza não resolve nada.
A Avó diz que para resolver as "dívidas", os problemas, as maldades, os azares da vida, não adianta estar triste.
Quando era pequena e caia, a Avó dizia-me para me levantar, dava-me um beijinho e fazia com que não chorasse mais. Dizia "já passou".
Quando era pequena e não tinha o brinquedo que queria, a Avó dizia-me que não se podia ter tudo, e que tinha de me alegrar com o que tinha.
Quando era pequena e me doía a barriga, a Avó dava-me um beijo, dava-me carinho e dizia "vai tudo ficar bem".
Quando era pequena e tinha pesadelos, a Avó embalava-me, deitava-se comigo, contava-me uma história e dava-me a mão.
Quando era pequena e estava triste, a Avó ria-se comigo, ria-se para mim, cantava-me canções.
A Avó diz que as tristezas nunca resolveram problemas.
E agora que sou grande, a Avó diz-me para me levantar quando caio, dá-me um beijo e palavras sábias de carinho e amor.
Agora que sou grande, a Avó diz-me que hei-de conseguir ter aquilo que quero, um dia, e que posso não ter tudo, mas algo de bom tenho e terei.
Agora que sou grande, a Avó diz-me que "tudo vai ficar bem", quando estou doente, estou mal, estou menos bem, estou confusa.
Agora que sou grande, a Avó diz-me que os pensamentos negativos e os pesadelos, não passam de um pensamento menos bom, e conta-me histórias recordando o passado.
Agora que sou grande, a Avó dá-me conselhos, dá-me amor, dá-me "colo", quando estou mal, quando estou triste, quando não estou bem.
A Avó diz que nada se resolve quando se está triste.
Sempre que caí, não tive o que queria, me doía a barriga, tinha pesadelos ou estava triste, a Avó ajudava-me e eu enfrentava os problemas a sorrir.
Sempre que caio, não consigo o que quero, estou mal, tenho pensamentos negativos ou estou triste, a Avó ajuda-me a enfrentar os problemas e a sorrir.

A Avó sempre disse "faz o que gostas"

"Faz o que gostas", diz-me a Avó. 
"Aproveita a vida", diz-me a Avó.
Fazer o que se gosta é o mais importante da vida, ensinou-me a minha Avó.
A Avó sempre me disse que devo fazer as coisas que mais gosto.
A Avó sempre me disse que devo viver todos os momentos.
A Avó sempre me disse que devo ser apaixonada pela vida.
Diz-me para amar a profissão que desejava ter.
Diz-me para amar quem me ama.
Diz-me para amar.
"Faz o que gostas", diz-me a Avó.
Dizendo que se fizer o que gosto, tudo vai correr bem.
Dizendo que se gostar do que faço, tudo corre melhor.
A Avó dizia-me desde pequena para fazer o que mais gosto, para aproveitar os momentos todos, para aproveitar tempo livre, e sobretudo para Amar.
A Avó dizia-me para brincar, correr, até cansar.
E agora diz que se depositar Amor em tudo que faço, a vida passa melhor.
E agora diz que se fizer o que mais gosto, que o Amor, o Carinho, o Bom, vêm por acréscimo.
Agora a Avó diz que o tempo passa.
Agora a Avó diz que quando olhar para trás vou ver o que passou, e que se não fizer o que gosto o tempo não passa como quero.
Agora a Avó diz para viver com Amor.
A Avó gosta do que faz. A Avó gosta de fazer comida para os netos, de lhe dar mimos, de conversar com eles.
A Avó gosta de ver televisão. A Avó gosta de passear, de passar os domingos com os netos, de falar.
A Avó faz o que gosta. 
E eu faço o que gosto quanto estou com a Avó :)

sábado, 2 de novembro de 2013

O tempo perguntou ao tempo

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A Avó dizia-me muitas vezes trava-línguas. 
A Avó dizia-me "O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem".
"O tempo tem tanto tempo", dizia a Avó. Explicando que o tempo tem o tempo que nos queremos que tenha.
O tempo pode custar a passar. O tempo pode fazer com que um minuto seja uma hora.
O tempo pode passar a voar. O tempo pode fazer com que um dia passe num minuto.
O tempo.
O tempo é linha que nos acompanha toda a vida.
O tempo é que nos faz crescer.
O tempo dá-nos rugas, dá-nos cabelos brancos.
O tempo é infinito, mas para nós é efémero.
O tempo.
A Avó dizia que "quanto tempo o tempo tem". E o tempo esse respondia-lhe que tem o tempo que quiser.
Que tem o tempo que nós quisermos que tenha.
O tempo respondia-lhe que pode passar a correr. Mas, também pode fazer os dias mais longos, as tempestades mais demoradas, a vida não passar.
A Avó diz que o tempo pode demorar tanto a passar, que até os carros andam devagar, a chuva demora a cair, o dia não fica noite.
A Avó diz que o tempo pode passar num segundo, que até o ponteiro das horas anda como o dos minutos, que até as árvores crescem em dois dias.
O tempo, diz a minha Avó, por vezes passa "num abrir e fechar de olhos", "enquanto o diabo esfrega um olho". 
O tempo, diz a minha Avó, engana. Corre, quando lhe dissemos "vai devagar". Anda, quando lhe dissemos "despacha-te".
A Avó diz que quando olhámos para trás é que vemos o rápido que o tempo passou.
A Avó diz que quando olha para os netos, vê os anos que passaram, os minutos que nos tornaram maiores.
As Avós dizem sempre "estás tão grande", porque o tempo as enganou.
As Avós olham os seus netos como uns bebés toda a vida, porque o tempo as enganou.
As Avós lembram-se do primeiro colo que nos deram, do nosso primeiro sorriso ou da primeira caminhada.
As Avós já cá andam à muito tempo.
E sabem mais do tempo, do que o tempo sabe delas.
As Avós dizem que o "tempo tem quanto tempo".