quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Já dizia a minha avó "burro velho não aprende línguas"

Velho ditado popular que a avó me ensinou.
"Burro velho não aprende línguas" aplica-se a várias pessoas que conheço. Por vezes à venda quem não queira aprender ou melhor compreender. Há pessoas que são "quadradas", como dizia a minha avó, e esse tipo de pessoas prefere ficar para sempre com a sua opinião mesmo que seja retrógrada, sem sentido, fora do contexto ou até completamente errada.
A avó tenta perceber e acompanhar os tempos modernos - a avó D. usa óculos de sol -, mas nem sempre é fácil explicar certas coisas e nessa altura ouvimos "no meu tempo não era nada assim...".

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Telefonemas da Avó

Os telefonemas da Avó são sempre atenciosos. Liga para saber de mim, do bisneto, do marido e até dos gatinhos.
A Avó gosta de falar, perguntar o que vou jantar, o que estava a fazer, se dormi bem, como estou, se o menino está bem, etc. etc.
Conta-me o que vai fazer, o que vai jantar, o que está a pensar e como passou o dia
Às vezes, comentamos as notícias, o tempo, as vidas, a cidade, tudo. Às vezes, paramos para pensar, outras falamos sem parar.
Em alguns momentos já nos cansamos de estar a segurar o telefone. Em outros queremos falar muito mais tempo.
Os telefonemas da Avó são assim sempre atenciosos, sempre preciosos, sempre momentos de confidencias.
Amanhã ligo eu!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Já dizia a minha Avó "depressa e bem não há quem"

A minha Avó sempre me ensinou a ir com calma, a ter paciência, a saber esperar. Nem sempre é fácil. Às vezes só quero que os dias passem e estou sempre a "pôr a carroça à frente dos bois". Às vezes conto os minutos para ser noite, para deitar, para tudo passar.
Outras vezes, espero ter mais tempo, pará-lo até, espero que aquele segundo se torne num dia, numa semana, numa hora.
A ideia de apressar as coisas nunca agradou à Avó, pois sempre me disse "depressa e bem não há quem" e todas aquelas vezes que queria ajudá-la a correr, ou, como hoje em dia, passo lá em casa só para dizer "olá" a Avó quer sempre que tenha tempo. Tempo para fazer tudo melhor, tempo para uma conversa e, claro, tempo para comer qualquer coisita.
A Avó tem tempo. Para mim, para os netos, para o bisneto, para todos. E o tempo da Avó é cheio de carinho, de atenção, de conselhos, de mimos. É um tempo precioso, é um tempo que sabe a pouco.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Já dizia a minha avó “Logo que Outubro venha, procura lenha.”

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Com o tempo de chuva e com o frio que já aperta, lembrei-me das idas com a Avô R. à lenha. 
Quando ainda estava tempo quente, a Avô costumava ir apanhar alguns pedaços de lenha para acender a lareira e pinhas. Eu achava uma aventura no alto da minha infância. Adorava ir com ela, muitas vezes o Tommy (o meu cão de criança e adolescente) ia connosco e era sempre uma brincadeira pegada. Ajudava a Avô a apanhar as pinhas e aproveitava para fantasiar que estava na selva, que estava a trabalhar, que estava a descobrir coisas novas.
Com a Avô R. o pinhal e a terra era uma realidade. Pouco brincava dentro das quatro paredes, andava na rua e na terra com ela.
Nesta altura do ano, a minha Avô já sofre com o frio, já resguardou a lenha e já tem vontade de acender a lareira para os netinhos e o bisneto. E eu adoro a lareira da Avô, sabe muito melhor do que todas as outras, porque além de estar acesa de amor e rodeado por toda a família e faz-nos ter conversas sem fim com muitos risos à mistura.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Um filho. Um neto.

Sou mãe! Um estatuto que já me enche de grande orgulho.
Ser mãe enche-me o coração de uma forme inexplicável.
Quando eu nasci como mãe (há dois meses), nasceram também duas avós. Duas avós que adoram o seu neto. Duas avós que adoram dar-lhe colo, dar-lhe beijinhos, dar-lhe miminhos e dar-lhe prendinhas. Tal como eu, o meu filho tem muita sorte em ter estes duas avós que como dizem são mães duas vezes.
Espero que tal como as minhas avós, as avós do meu filho lhe ensinem a ser destemido, amável, simpático e sobretudo a ter sempre um sorriso nos lábios (mesmo nas piores alturas).
Espero que lhe ensinem a cair e a levantar-se, a voar pelos sonhos, a querer ser sempre melhor.
Espero também que o levem a querer saber mais e a ter uma curiosidade de gato, porque já dizia a minha avó é de pequenino que se torce o pepino.
Sobretudo, espero que daqui a 20 anos o meu menino tenha excelentes recordações da infância e dos momentos com as avós.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Voltar

Depois de tanto tempo inactivo pretendo voltar a escrever neste espaço. Um espaço que surgiu pelo meu gosto pela escrita, uma espaço que surgiu também pelo meu encanto pela sabedoria dos mais velhos, do povo, e sobretudo das avós.
Agora há mais duas avós na minha vida, não são minhas são do meu rebento. A maternidade fez nascer uma avó na minha mãe e na minha sogra. Apenas há um mês e 23 dias vi duas mães a encherem-se de encanto com o neto e agora também essas aventuras quero partilhar. Aqueles sorrisos, aqueles colo e aquela vontade em fazê-lo sorrir.
Vou voltar.
Vou voltar ainda com mais luz, a luz de um filho.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Nem sempre é fácil

Nem sempre é fácil continuar uma tarefa no tempo.
Nem sempre.
Escrever para mim é o prato do dia. Além de gostar, faço-o diariamente.
Escrever textos, tiro apontamentos, toma notas.
Nem sei se podia passar sem a escrita, mas decerto que ela podia passar sem mim.
Espero ter palavras para dizer. Histórias para contar.
Falar nos tempos idos e vindouros.
Falar nos ensinamentos que me foram, vão e irão dar. Mas sobretudo falar naquilo que aprendi, aprendo e aprenderei por mim própria.
Não podia querer escrever mais do que quero, mas podia usar mais o meu tempo para o fazer.