segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Cozinhar com a Avó

As Avós de uma maneira geral nascem cozinheiras. 
Têm truques.
Dão dicas.
E cozinham deliciosos pratos.
Cozinhar com elas contudo não é fácil.
Porque além das Avós saberem truques, dicas, receitas, temperos especiais. Estão sempre a dizer-nos como fazer.
Não que não seja bom, útil e até necessário. Mas, por vezes as Avós apenas querem o cozinhado à sua maneira.
As receitas da minha avó têm a essência dela, que nem eu nem ninguém consegue repetir. Claro, que muitas Avós cozinham bem.
O que eu mais gosto que a Avó faça é o lombo de porco assado. Parece que nasceu a saber cozinhá-lo. Mas, também gosto dos pratos de bacalhau, das sopas, dos cozidos, da feijoada, das filhoses de abóbora, etc.
A experiência culinária da Avó é quase secular. Mas, é sobretudo, maravilhosa.
Cozinhar com a Avó é como ter um livro de instruções sempre ao lado.
Porque a minha Avó ensina-me sempre os passos a seguir.
O melhor mesmo são os seus truques.
Como escorrer a abóbora para fazer filhoses, como preparar as brasas para assar carne, como fazer isto e aquilo.
A Avó sabe e tem o seu livro que receitas que é a sua cabecinha, o seu dedo para a cozinha, o seu gosto, o seu tempero especial.
Cozinhar em conjunto é partilhar um saber. É partilhar um acto de amor, de afecto, de cumplicidade.
Cozinhar com a Avó é atribulado como as marés, como o Amor, como a vivência, como a vida.
As Avós nascem cozinheiras, nascem para fazer mais cozinheiras, nascem para deixar legado, para ensinar, para dar lições de vida.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Já dizia a minha Avó "acordar com os pés de fora"

A minha Avó diz que por vezes "acordamos com os pés de fora". 
Diz que acordar com "os pés de fora" é acordar um pouco mal disposto.
Acordar com a lua.
Acordar menos bem.
Acordar pouco.
Acordar.
Diz que quando acorda assim, precisa de um tempo só para ela.
Um tempo para ficar bem.
Para pensar na vida.
Um chocolate ou algo que goste.
E um sorriso.
Porque a Avó diz que mesmo menos bem disposta, mesmo mal-humorada nunca podemos deixar de sorrir.
Diz que nunca devemos deixar de pensar positivo.
De acreditar.
De sonhar.
De sorrir.
De tentar ser feliz.
De ter uma vida boa.
De viver.
Acordar mal.
Acordar menos bem.
E depois ficar bem é o sinal que a força encontrar-se em todo o lado.
Que a força vem grande de nós.
Que a vontade de seguir em frente.
Que a esperança.
Que a felicidade suprema.
É ou deve ser sempre o nosso objectivo. 
A minha Avó diz-me sempre que procurar ser feliz e seguir o caminho da felicidade deve ser o nosso sentido de vida.
E mesmo acordando de "pés de fora" e de "costas para a lua", a Avó tem sempre uma palavra amiga para me dar :)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A Avó e a "coragem de leão"

Já dizia a minha Avó, às vezes é preciso ter "coragem de leão". 
Dizia-me que ter coragem, não é ser capaz de enfrentar bandidos, mauzões, ou outras coisas más.
Dizia-me que ter coragem é enfrentar a vida.
Ter coragem é enfrentar o destino.
Ter coragem é arregaçar as mangas.
Ter coragem é rir quando se quer chorar.
Ter coragem é ter a capacidade de seguir em frente.
Ter coragem é viver um dia de cada vez.
Ter coragem é não desistir.
A Avó dizia-me que por vezes é preciso ter "coragem de leão".
Ter o coração do rei da selva.
Ter uma força de leão.
Ser imponente.
Lutar pelos objectivos.
A minha Avó além de uma Avó leoa que protege os seus netos.
Que protege os seus filhos.
Que protege a sua família.
Que protege todos os que Ama.
A minha Avó além de ser uma excelente Avó, além de ser especial, além de ser sábia.
Tem "coragem de leão".
Não tem medos.
Não tem problemas de enfrentar a vida.
Tem capacidade de lutar.
Tem força.
Tem sempre um sorriso.
Tem sempre Amor para dar.
A minha Avó é a força em pessoa.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

As histórias da minha Avó

A sabedoria da Avó também se conhece nas histórias.
As histórias da Avó são sabedoria pura.
A Avó já me contou milhares.
Já me contou contos tradicionais.
Já me contou lengalengas.
Já me contou histórias de encantar.
Já me contou fábulas.
Disse-me morais.
Explicou o fim.
Ensinou-me a perceber.
A Avó contou-me ontem uma história. Nunca antes me tinha contado. Nunca antes tinha ouvido.
Contou-me a história da "Águia e a Coruja".
Dizia-me que a águia como predadora que era, andava a caçar passarinhos. E por isso, a coruja foi pedir-lhe para não comer os seus filhos e disse-lhe "são os passarinhos muito lindos, com uns olhos muito brilhantes, um bico muito perfeitinho, com um pelo muito bonito", por isso "se os vires não os comas, por favor" pediu a coruja à águia. Contudo, no dia seguinte a coruja chegou ao ninho e os seus filhotes não estavam lá. A coruja foi falar com a águia perguntando-lhe porque lhe fizera isso e a águia respondeu "disseste-me que os teus filhos eram muito bonitos, eu quando cheguei ao ninho só vi uns pássaros ranhosos e depenados, e por isso pensei que não eram eles".
A Avó contou-me.
Explicou-me.
Falou-me.
Disse-me que não devemos gabar-nos. Não devemos achar que somos ou temos mais do que aquilo que realmente é. Porque tal como a águia, os outros podem olhar-nos, olhar as nossas coisas como a águia olhou os passarinhos da coruja.
A Avó ensinou-me outra vez.
A Avó deu-me uma lição de vida.
Abriu o coração de palavras sábias para mim.
Porque a Avó é sábia.
Porque a Avó sabe as histórias da vida.
Porque a Avó sabe o que dizer.
E as histórias da Avó são histórias que não vou esquecer.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O que a Avó me ensinou sobre Partilhar

A Avó partilha.
Partilha bens, partilha ideias, partilha valores, partilha sentimentos.
Partilha o que tem e às vezes o que tem pouco.
Partilha os seus pensamentos, os seus conselhos, os seus ensinamentos.
Partilha o valor da paz, da amizade, da solidariedade, da humildade com os seus netos.
Partilha sobretudo Amor.
Amor que dá aos familiares. Aos amigos. Aos conhecidos. Aos animais.
Mas, sobretudo o Amor que dá aos netos que é a dobrar, é infindável e incondicional.
O Amor é o que a Avó sempre me ensinou a Partilhar.
Disse-me que Amor escondido, Amor platónico, Amor não vivido não é como o Amor partilhado. Porque a Partilha do Amor é a união, a junção de cabeças, é o ser dois, três ou mais, é o querer mais para os outros do que queremos para nós. Porque a Partilha do Amor é o sentimento mais belo, é o viver a vida de dois ou mais no coração de um.
A Avó disse-me também que a partilha vai além dos bens, dos materiais, das coisas que damos, que utilizamos em conjunto, que devemos dividir com os outros.
A Avó disse-me que partilhar é dividir ideias, contá-la, usá-las em conjunto. É aproveitar o pensamento.
A Avó ainda me disse que os valores também se partilham. Partilham-se com quem não tem os mesmos que nós, com quem quer ter, com quem não quer.
Mas, a melhor partilha é a dos sentimentos.
E como diz a Avó Amar, Gostar, Querer e dizer aos outros o que sentimos. Fazer e Demonstrar os sentimentos. Sentir o Bem é o melhor do mundo.
A Avó partilha comigo um Amor só de Avós. 
Um colo quente.
Um abraço doce.
Um beijo na face.
Um olhar sincero.
Um conselho sábio.
Um ensinamento para a Vida.
Uma Vida.
Obrigada por tudo Avó.