segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Já dizia a minha Avó "os cães ladram e a caravana passa"

A Avó costuma dizer que "os cães ladram e a caravana passa".
A Avó costuma dizer que por falarem mal ou bem, a caravana não pára. 
A Avó costuma dizer que por falarem mal ou bem, a vida não pode parar.
A Avó costuma dizer que devemos ser a "caravana" que deixa os cães ladrarem.
"Os cães ladram e a caravana passa" e a vida continua.
Já dizia a minha Avó que podem falar, podem tentar parar, podem dizer, maldizer, mas a vida continua, o relógio não pára e o sol brilha.
Já dizia a minha Avó que quem mais fala dos outros tem mais assunto para ser falado.
Já dizia a minha Avó que "vozes de burro não chegam ao céu".
E a Avó ouve o maldizer, ouve as conversas menos boas, ouve o ladrar.
E a Avó não liga ao que ouve, segue caminho, continua.
Porque a Avó me diz que durante toda a vida teve de fazer "ouvidos moucos", teve de ouvir e calar, teve de chorar para dentro, teve de continuar a sorrir.
Porque a Avó me diz que durante a minha vida vou ter de fingir que não oiço ou não sei, que deixar passar.
Porque a Avó diz que não devemos deixar que os outros não façam cair, ir abaixo. E que se isso acontecer devemos chorar para nós, sofrer para dentro, levantar a cabeça e sorrir. Porque, a Avó acredita que sorrir é "meio caminho andado" para a felicidade, para o positivo, para o bom.
A Avó deixa os cães ladrar e a caravana passar.
A Avó deixa continuar.
A Avó não liga ao que dizem.
A Avó liga ao sorriso.
E como a Avó quero eu ser.

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