quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A Avó e os dias de chuva

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A Avó e os dias de chuva é a mesma.
A Avó caminha lentamente na mesma.
A Avó só usa o guarda-chuva às vezes.
A Avó sorri.
A Avó anda atarefada.
A Avó é a Avó.
Queixa-se do tempo. Diz que vai chover mais.
Mas não se importa ou chateia.
A Avó fica a ver televisão.
A ler.
A fazer companhia ao Avô.
A Avó fica em sossego.
A olhar a chuva.
A Avó não tenta correr para não se molhar. A Avó segue a sua vida normalmente.
A Avó quando lhe digo que está a chover muito, diz que a noite também choveu, que amanhã vai chover mais.
Diz que chover é preciso.
Diz que os dias de chuva são bonitos como os outros.
Diz que os dias de chuva são até os mais especiais porque só nesses dias é que pode aparecer o arco-íris.
Diz que os dias de chuva são poesia pura, são o choro das nuvens e a alegrias da terra.
Diz que os dias de chuva são dias para pensar, reflectir.
Diz que os dias de chuva nos mostram que na vida tudo é possível, que um dia pode estar mau com muita chuva e o outro dia estar óptimo com o sol a raiar.
O estado do tempo é a metáfora do estado da vida, diz a Avó. Porque tal como a vida pode estar menos
boa ou boa, o tempo também.
A Avó gosta de chuva.
A Avó gosta de ouvir a chuva, de sentir.

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